Os famosos da próxima hora

dezembro 22, 2023

É impressionante a necessidade que as pessoas têm de aparecer, é a vaidade transbordando por todos os poros, tudo é fotografado, postado, compartilhado nas redes sociais como fosse à coisa mais importante do mundo. Todo mundo quer ser o famoso da próxima hora, mas, o pior de tudo é que são apenas frivolidades, uma disputa insana para saber quem causa mais inveja em quem com suas postagens sem relevância. É a disputa da felicidade artificial.

Hoje em dia o que importa é causar impacto, criar polêmicas, fazer e compartilhar fofocas, postar fotos de lugares, de comidas, de roupas, disso, daquilo, uma necessidade visceral de aparecer buscando para ganhar cliques e mais cliques nas redes sociais, na tentativa de tornar famoso, nem que seja por alguns segundos. Enchem a tela de beleza, mas de conteúdo vazio, que nada acrescenta na vida do outro, apenas lhes rouba o tempo com bobagens.

A verdade é que as redes sociais se tornaram um outro mundo, um mundo no qual às pessoas resolveram habitar, um mundo mágico de fantasia, aonde tudo é lindo, belo e perfeito, aonde não há dor, nem tristeza, nem infelicidade, um lugar em que só há pessoas, boas, do bem, que amam os outros, os bichos, a natureza, pois a cada rolagem que damos na tela, é só isso que vemos, a vida perfeita de todo mundo, aonde todo mundo é o máximo.

Vivemos tempos em que não sabemos mais como é a pessoa de verdade, se é aquela das redes sociais, ou aquela da vida real, pois elas, às vezes, são tão diferentes umas das outras que não sabemos mais como interpretá-las. A impressão que fica é que as redes sociais fabricaram milhares de clones de pessoas com a necessidade de mostrar ao mundo e aos outros, o quanto elas são famosas, lindas e felizes, ainda que seja gastando o tempo postando aparências.

Há tempos tenho evitado postar meus momentos nas redes sociais, entendi que eles são meus momentos, muitos são tão especiais que não precisam ser compartilhados com ninguém, apenas com quem interessa de fato, é certo que às vezes alguma coisa sempre escapa, e uma ou outra foto acaba parando nas redes sociais, pois a felicidade é tanto que não é possível conter o impulso de dividir à alegria, isso eu tenho que admitir, mas eu tenho me policiado para postar só o quê seja realmente importante, o meu trabalho e meus escritos.

O mundo não precisa saber o que eu como, o que eu bebo, o que eu curto, às festas que vou, às viagens que faço, às roupas que uso, os momentos que passo, não me interessa ser o famoso da próxima hora. É fato que muitos deixam de curtir a felicidade que sentem em algum instante, pois estão preocupados em postar o que estão vivendo, em suas redes sociais, mas a vida fora das redes sociais é tão boa, bonita e bela e nós podemos sim, sermos felizes sem que o mundo todo precise saber.


A arte que rouba o dinheiro da fome

fevereiro 10, 2023

Se é verdade que a arte alimenta a alma, é correto tirar dinheiro público, que pode ser utilizado para matar a fome de muitos, só para cumprir esse objetivo? Não me parece que seja primordial dar dinheiro público para alimentar a alma, enquanto muitos não conseguem nem mesmo matar sua fome de comida, e é esse comportamento de alguns artistas, que atacam o dinheiro público feito abutres que caçam restos de comidas, na companhia de muitos famintos, que me causa repulsa e faz ter vergonha de ser artista.

Não consigo entender, como podem, ao mesmo tempo em que se colocam como saciadores da fome da alma, alguns artistas acharem que o dinheiro público destinado a eles, é mais importante que o dinheiro que deveria ir para quem não tem nada para comer. A arte não é isso, nunca foi! A arte que alimenta a alma, quase nunca se importa com o dinheiro, muito menos o artista, pelo menos aqueles na concepção da palavra, muitos chegam aos céus, apenas com os aplausos.

Os que se colocam como artistas, mas não consegue fazer um único espetáculo sem o dinheiro público, na verdade, não são artistas, são apenas mercenários que fizeram da arte um entretenimento e transformaram a rotina de viver do dinheiro público, uma maneira de sustentar seus luxos e riquezas, pois há artistas que deveriam sentir vergonha de receber dinheiro público com o suposto objetivo de fazer arte. Não sentem piedade de quem carece de fome.

É claro que a arte é um trabalho, mas a maioria da população se levanta antes do sol nascer, pega quatro ou cinco conduções para ir e voltar do trabalho, ganha um salário indecente que mal dá para se sustentar e não recebe nenhuma ajuda do governo para executar o seu ofício, por que o artista precisa tanto disso? Por que tanto privilégio? O artista que fez da sua arte, seu ganha pão, tem que sair, como todo mundo, atrás do seu pão e não receber seu pão quentinho do governo.

É muito triste ver artistas sendo sustentados pelo dinheiro público e esbanjando riqueza nas redes sociais, chega ser uma ofensa com quem luta diariamente para sobreviver, a arte e a cultura, devem sim ser custeadas com dinheiro público, museus, teatros, acervos que contam a nossa história, precisam desse dinheiro para ser preservados, até mesmo concordo que pequenos e desconhecidos artistas sejam subsidiados para manterem vivas suas artes, mas famoso querendo a boa vida do dinheiro público, não vou aceitar nunca!

Quando alguém decide viver da sua arte, precisa estar preparado para os percalços dessa profissão, é assim com qualquer profissional, às vezes, a maré está para peixe, às vezes não se tem nem o barco para entrar no mar para poder pescar, mas é assim que as pessoas vão sobrevivendo e é assim que o artista deveria se comportar, não como semideuses do Olimpo, que acham que são mais importantes do que o pobre cidadão que não está preocupado em alimentar a alma e quer apenas um prato de comida para viver.


A vida depois das redes sociais

fevereiro 25, 2022

Ainda pode ser apenas uma utopia, algo inimaginável nos dias de hoje, mas acredito que as pessoas resgatarão suas vidas, longe das redes sociais, chegará o momento em que todo mundo estará farto de frequentar esse ambiente tóxico, que não acrescenta nada na vida de ninguém, apenas incita o ódio, desnuda a frustração e escancara a necessidade, quase visceral, que muitas pessoas têm em se tornarem importantes e famosos, as celebridades dos antigos quinze minutos de fama.

Muitas pessoas ainda estão entorpecidas pelos poderes que emanam das redes sociais e criam nestes ambientes de interação, um lugar de uma falsa realidade, uma vida virtual, só que essas pessoas querem que esta vida virtual seja transportada para a vida real, é como se quiséssemos que todos fôssemos seres encantados, sem desvios de caráter, detentores de valores éticos e de alma ilibada, seres perfeitos que precisam expurgar do mundo e do convívio virtual, as pessoas malvadas.

O que temos visto nestes tempos tão odiosos, é que muitas pessoas perderam completamente a noção da realidade, não sabem mais viver na vida prática, a vida que cada qual vive no seu dia a dia, os problemas cotidianos, as desilusões, os desacertos, os direitos e deveres, aliás, nas redes sociais, as pessoas só querem ter direitos e cobram dos outros, os deveres que teriam que ser de todos. As redes sociais que já foram um lugar de resgatar amizades, de reaproximação de pessoas, hoje é um inferno em vida.

As redes sociais são terras de ninguém, em que pessoas, escondidas sobre um pretenso anonimato, pensam que podem ditar regras de costumes, de comportamento, de ética e se acham extremamente poderosas em arruinar a vida de outras tantas pessoas que são contrárias aos seus pensamentos. Nas redes sociais, cada qual, acredita mesmo ser um deus todo poderoso, capaz de interferir e determinar como cada pessoa deve se comportar, ou agir na vida e, infelizmente, muita gente tem sido prejudicada por isso.

Agora, ficam as perguntas: Por que ainda estamos frequentando um ambiente tão tóxico para as nossas vidas? Para quê continuar frequentando um lugar que não nos acrescenta nada, apenas nos destrói, a cada dia, com o seu impiedoso ódio gratuito? Até quando, nos submeteremos às opiniões e ofensas de gente que não nos conhece, mas que se acha no direito de interferir em nossas vidas? Quanto tempo mais, as pessoas se deixarão atingir por comentários maldosos de quem não as conhecem?

É, hoje em dia, ainda pode ser um sonho, mas a verdade é que não nos faltam motivos para voltarmos a ter uma vida como antes, longe desse ambiente absurdo que se tornou às redes sociais, em que a realidade nua e crua, nos fazia enfrentar os desafios da vida, em que todo mundo era feliz de verdade, ou não, em que as opiniões divergentes não destruíam amizades, em que a convivência era pautada no respeito e que todos sabiam, exatamente quais eram os seus direitos e os seus deveres. Tomara que esse dia não demore muito a chegar!


O preço da fama

abril 27, 2019

Houve um tempo em que para se tornar uma pessoa ilustre, de notória importância, era preciso conceber algo realmente grandioso, algo que, de tão grande, tornava a pessoa especial, ao ponto de deixá-la famosa na sociedade, mas hoje em dia, as coisas mudaram muito e o conceito de fama e de ser famoso, não passa mais por realizar algo de uma extrema importância e relevância para a sociedade, muito pelo contrário.

Hoje a sociedade está disposta a comprar quaisquer futilidades que à ela é oferecida e o pior, é que existem pessoas que estão dispostas a pagar o preço que for para ser esse objeto de desejo, ainda que para isso seja necessário expor a sua vida íntima com todos os detalhes, pois o importante é ser famoso, conquistar  o “status” de celebridade da hora, os “likes” das redes sociais e alcançar a notoriedade.

E o que temos visto é algo muito entristecedor, escancara a inutilidade humana, que se preocupa com coisas rasas e frívolas, que não agregam nada, apenas causam um enorme constrangimento alheio. Mas o que é constrangimento para quem quer pagar qualquer preço pela fama? Ser o assunto do dia é o que interessa. É aquele velho ditado: “Falem mal, mas falem de mim”. Ainda que seja assim, a pessoa alcança  fama desejada.

E a coisa se torna pior quando a pessoa já alcançou  dia a tão almejada fama, que ocupou o “status  quo” de celebridade, mas caiu no ostracismo, na decadência artística, aí é a pessoa realmente fica despudorada. Expõe a vida íntima e sexual, coloco o corpo em exposição e até dá declarações controvérsias, como ouvir nesses dias, em que uma mãe famosa relata a insistência da filha em lhe oferecer um baseado.

Há os holofotes, eles cegam tanto… E devem queimar miolos também, pois pela fama, as pessoas não pensam nas consequências de certas atitudes e no quê essas atitudes vão causar na própria vida. O pior é que depois ainda usam tudo isso para continuarem um pouco mais sob os holofotes. Hoje o narcismo é quem dá as cartas e cada dia mais vemos surgir novos narcistas pagando um preço muito alto para alcançar a fama.

Sorte é de quem ainda acredita que ser famoso é consequência de um trabalho sério e que o sucesso vem deste árduo trabalho e que por ele, não se faz necessário se tornar celebridade, basta apenas torcer para que ele encontre no meio desta selva de egos em que vivemos, alguém que ainda acredite que existem assuntos mais relevantes que sexo, bumbuns e peitos siliconadas, traições e chifres, fofocas e assuntos fúteis da vida dessas pessoas doentes que querem fama a qualquer preço.


A importância da insignificância

abril 20, 2013

Outro dia me peguei pensando em quanto a sociedade está superficial e dando importância a tantas coisas e pessoas insignificantes. São discursos vazios, sobre assuntos vazios, de pessoas vazias, de mulheres objetos e a mídia ainda perde tempo disponibilizando espaço para isso, confesso que não consigo enxergar onde a mídia se beneficia em dar tanto espaço para isso tudo.

Acho que a frivolidade do mundo pode estar contribuindo para que as pessoas se interessem pelo que há de mais insignificante. A volúpia do ser humano ganhou tal importância, que é só acontecer algo inusitado com umas dessas pessoas insignificantes, que tem no próprio corpo, o ápice do seu ser, para que os vários sites salpiquem suas páginas de notas e mais notas sobre o assunto.

É triste constatar que hoje em dia o que mais aguça a curiosidade do ser humano, é querer saber e estar por dentro do que está acontecendo de mais importante com pessoas insignificantes. Acho que essa questão dos realitys shows não fez nada bem, nem para um lado, nem para o outro, pois uns acham que são: “o máximo” e outros, fazem com que eles acreditem nisso.

A importância das coisas perdeu o sentido e qualquer acontecimento passou a ganhar um destaque inimaginável e o insignificante virou manchete de jornal, tomando o espaço daquilo que é realmente relevante para a vida das pessoas. Saber que uma mulher colocou silicone, ou que sicrana trocou farpas de ego ferido com fulana, passou a importar mais que uma descoberta científica.

Talvez a necessidade de alimentar com conteúdos numa velocidade maior dos que as coisas acontecem esteja fazendo com que algumas páginas ou programações de vários veículos de comunicação, disponibilizem essa enxurrada de notícias sem importância, de gente insignificante, que não vai mudar nada no mundo e na vida de ninguém.

Parece que cada vez mais estamos vivendo a ditadura da insignificância e da volúpia da mulher objeto, pois a notoriedade que dão a um par de seios siliconado, ou a um corpo, dito: perfeito, é um absurdo. Fico admirado com a capacidade que algumas mulheres tem em se submeterem a esse papel, por cinco minutos de fama. Creio que a revolução feminista não foi para isso.

E assim os dias passam, e os veículos de comunicação seguem seus cursos, torcendo para que mais pessoas insignificantes, deixem os seus seios à mostra, falem algumas tantas bobagens, deixem que enfiem a mão em suas genitálias enquanto sorriem para as câmeras como tudo fosse normal, e vivam em sua plenitude, os seus eternos cinco minutos de fama e importância.


Onde está o sucesso?

novembro 4, 2011

Engraçado, quando algum artista desaparece da grande mídia, dizem que ele caiu em desgraça, que não faz mais sucesso, que isso, que aquilo. Só que muitas vezes é a grande mídia que some com ele, e alguns, realmente desaparecem, ao ponto de não se ter mais notícias deles. Mas, será que um artista que está afastado ou que sumiu da grande mídia pode se considerar um fracassado? Será que ele não tem mais sucesso?

Quantos e quantos artistas espalhados pelo país afora, tem seu público cativo e são capazes de se sustentarem com a sua arte? Músicos, atores, cantores dos quatro cantos do país levam a sua arte, conquistam o sucesso, tem seus talentos reconhecidos, mas não estão ou nem chegam a grande mídia e passam longe do eixo Rio-São Paulo, por isso eles não tem sucesso?

É certo que a concentração populacional no eixo Rio-São Paulo contribui para que essa impressão seja altamente divulgada, mas, acontece que o Brasil não é só Rio ou São Paulo, um país de dimensões continentais como o nosso não pode medir o sucesso de um artista apenas por ele estar ou não no circuito Rio-São Paulo. Há vida artística em outros centros e rincões nesta nossa terrinha, sabiam?

É óbvio que a exposição de um artista na grande mídia e a sua circulação nos eventos culturais que acontecem no eixo Rio-São Paulo, dão um enorme impulso em suas carreiras, pois a divulgação para uma massa populacional de alto poder aquisitivo e de grande influência na cultura no país, o projetam a um enorme sucesso, ás vezes até, os levando a uma fama inesperada. Mas, será que só assim o artista tem sucesso?

Talvez o grande equívoco e o que provoque certa confusão seja a questão do que venha a ser fama e do que venha a ser sucesso. Ter popularidade, nem sempre significa ser bem sucedido na sua arte ou em qualquer profissão que seja, pois o que tem de celebridade instantânea que pipoca na grande mídia a custa de barracos, fofocas e de um corpo bonito, que não é artista, mas vive ocupando espaço de quem é, é um absurdo!

O sucesso não está na grande mídia e nem circula exclusivamente no eixo Rio-São Paulo. O sucesso de um artista também não se mede pelo espaço que ele tem na grande mídia, ou na sua exposição em programa x ou y, principalmente nos dias de hoje, com o evento da internet, muitos sucessos conquistados pela rede acabam pinçados do submundo das artes para uma divulgação em rede nacional.  

Portanto, ter chegado a grande mídia, ter alcançado a fama, ver amplificado o seu talento e se sentir recompensado por todo o seu esforço, não significa que enfim o artista conquistou o sucesso, pois o sucesso já foi conquistado lá trás, a custa de muito trabalho e dedicação. O artista que acredita no seu talento sabe que o verdadeiro sucesso está no reconhecimento do seu trabalho e que nem sempre popularidade é sinônimo de sucesso.


A futilidade da fama pela fama

julho 22, 2011

A busca desenfreada pela fama anda cada vez mais acelerada, que já não se medem mais esforços para alcançá-la. As pessoas querem ser famosas e só. A necessidade de se fazer importante no meio da multidão faz com que pessoas simulem a morte, inventem fofocas, fabriquem brigas e desentendimentos, forjem relacionamentos, tudo, mais tudo mesmo para entrar na mídia.

Pessoas se colocam em situações constrangedoras e, às vezes, até bizarras, apenas para desfrutar de popularidade. Pra quê? Uma enxurrada de futilidade que norteia canais de TV, revistas de fofocas e portais da internet, ocupando espaço e dando espaço para quem não tem nada a acrescentar. Parece que foi criada mais uma profissão no país, a de “famoso”.

Sentou na primeira fila de um programa de auditório e teve seu rosto brindado com um “close”, pronto, nasceu ali mais uma emergente, candidata a famosa que não medirá esforços para não mais sair de foco. A necessidade que as pessoas tem de serem tratadas e sentirem uma celebridade é algo que assusta pelo alto grau das imbecilidades e futilidades que estas são capazes de fazer.

Tantos talentos desperdiçados, tantas coisas a serem acrescentadas para se produzir um país melhor, e enchem a mídia com pessoas desinteressantes, mulheres exibicionistas e gente vazia, preocupadas em serem reconhecidas como alguém famosa. E o pior é que a mídia transforma cada uma delas em famosa da hora.

E dá-lhe notinhas: É fulana que aplicou não sei quantos mililitros de silicone, é sicrana que fez mais uma sessão de fotos nua para uma revista masculina, é beltrana que espalha ter um caso com um jogador de futebol e, assim, a futilidade da fama pela fama, vai enchendo a nossa vida com coisas vazias, sem nos perguntar o que isso nos interessa.

E enquanto o espaço é preenchido por essas pessoas muito “famosas”, o teatro vai ficando para trás, a cultura vai ficando para trás, o talento passa a não ter mais tanta importância assim e a formação em arte dramática, algo totalmente desnecessário. Hoje em dia, o espaço que seria para um artista demonstrar a sua arte, está loteado por famosos que não tem nada a dizer, algo realmente muito triste.

A mídia de hoje em dia se divide em notícias sobre desgraças e violências, e notícias sobre a intensa e frenética vida de futilidades desses “ilustres famosos” e o espaço para aquilo e para aqueles que tem algo a dizer, fica ali escondido, quase que invisível diante dos olhos das pessoas que querem apenas receber um pouco de cultura e conhecimento.


Artista ou celebridade?

maio 8, 2010

As coisas hoje em dia estão de tal forma, que até parece que tudo está de pernas para o ar, ou fora da ordem, mesmo! Há uma confusão enorme entre o que é ser um artista e ser uma celebridade, principalmente essas instantâneas que pipocam de tempos em tempos e tomam conta de toda mídia.

Celebridade, qualquer um pode se tornar, seja lá participando de programas de “reality shows”, casando com alguém influente, armando barracos, correndo atrás de jogador de futebol, até político vira celebridade. Tem até certos artistas, que se acham mais celebridades do que artistas. Bem, esses, na verdade, não sabem direito o que querem: se o difícil sacerdócio da arte, ou os reluzentes holofotes das câmeras.

É certo que essa coisa de ser famoso, se tornar conhecido por um grande número de pessoas, ser popular, está no ser humano, todo mundo quer aparecer e ser conhecido, mas tem gente que é capaz de tudo. É uma loucura, loucura, loucura, como diz Luciano Huck. Só que muitas dessas celebridades, as instantâneas, principalmente, surgidas em programas de “reality shows” e que usufruem da grande popularidade alcançada, de uma hora para outra acham que são artistas, pode?

O pior é que muitos compram essa idéia e é aí que se faz a confusão. Quem até então era celebridade instantânea, vira artista revelação, e vai fazer teatro, vai fazer cinema, vai fazer televisão e o que se vê, em termos de qualidade artística, é deprimente! Jogam a arte de interpretar na lata no lixo. E não me venham dizer que fulano tem talento e é esforçado, pois isso não se sobrepõe aos anos de estudo e dedicação que um artista tem de ter.

Acho que não deviam misturar as estações. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa: celebridade é celebridade e artista é artista. A diferença é tão clara, se pode ver à olhos nus. Celebridade só quer uma coisa, está na mídia, quanto mais, melhor, seja lá fazendo o quê e do jeito que for! Já o artista nem sempre precisa aparecer, o reconhecimento de sua obra, muitas vezes, já basta!

Não se pode quer ser artista se lançando na mídia como uma celebridade, o caminho é justamente o contrário. É o trabalho de um grande artista, que de tão reconhecido, o faz se tornar uma celebridade, não apenas pelo que ele é, mas também pelo que ele faz. A arte dele o faz tão imenso que a mídia tratará de torná-lo popular, tão e mais, como qualquer uma dessas celebridades que pipocam volta e meio no mundo artístico.

Ser artista é uma coisa muito séria, que demanda muitos sacrifícios, muitos degraus a subir, um caminho longo a percorrer, muita abdicação, muito estudo e muito trabalho, por isso, tem-se que prestar muita atenção e saber separar o joio do trigo, pois artista tem alma e celebridade tem apenas um corpo ou uma carinha botina, e nada mais.


Alimentando monstros

janeiro 5, 2010

Lá se vão dez anos do primeiro BBB e com o passar de todos esses anos, a praga dos “realitys shows” só fez crescer na televisão brasileira. Cada dia que passa o monstro está maior e cada vez mais voraz e sedento e, se multiplicado aos milhões, atrás de seus quinze minutos de fama. A televisão não pode ter se rendido por completo a esse tipo de entretenimento.

Não é uma questão de saudosismo por esse ou por aquele programa, é pela televisão como um todo. Aquela caixa mágica que era a sensação das casas, não é mais o veículo de comunicação de outrora que informava e divertia, só tem câmeras para as bisbilhotices. Só se interessa com o que se passa com a vida alheia, e quanto pior, melhor.

E, atrás deste modelo de televisão, mais e mais pessoas, buscam de uma forma desenfreada, fazer algo de estranho, bizarro, indecente e até inacreditável, apenas para chamar a atenção das câmeras da TV. A televisão de hoje em dia é só fofocas, desgraças e invasão da privacidade alheia.

Não se pode querer depois, a televisão “x” ou a televisão “y”, vir na imprensa para reclamar dos números da audiência. A televisão ficou um negócio sem graça e por deveras desinteressante, diante de tantas opções de diversões nos dias de hoje.

A opção que as redes de televisão fizeram por um entretenimento pobre, acabou por mudar completamente a relação televisão e telespectador. Uns, nem a vêem mais e nutrem profunda ojeriza por ela, outros, fazem o possível e impossível para aparecer em suas telas.

Agora o que interessa para as redes de TV, é bisbilhotar a vida alheia. E na esteira de mais um BBB, vem aí uma novela que vai “brincar” de invadir a privacidade alheia e uma série que vai se ocupar de mostrar a vida dos “paparazzis”. É o fim! Aliás, torço para que seja.

Tomara essa onda chegue logo ao fim e as redes de televisões coloquem a disposição do telespectador, algo que realmente valha à pena, algo que não seja alimentar monstros, sedentos por aparecer e se mostrar em suas telas. Pois, não há nada mais sem graça e constrangedor, do que bisbilhotar a vida dos outros.


A busca pela fama

dezembro 15, 2008

Hoje em dia é impressionante a  preocupação  que  as  pessoas tem em alcançar a fama. Ninguém mais se preocupa em levar algo realmente construtivo ao público. Se tornar uma celebridade passou a ser o objetivo e o trabalho, algo meramente secundário.

Parece que a inversão de valores chegou a um ponto que está quase impossível reverter a situação, visto que as pessoas se submetem a toda e qualquer aberração, apenas para terem seus quinze minutos de fama e depois, para prolongá-los, se submetem a outras tantas coisas, ás vezes, inimagináveis.

O pior disso tudo é que a “galerinha” que vem vindo aí e que está ávida em se tornar artista, acaba sendo prejudicada, ao ver essa busca desenfreada pela fama distorcer o conceito do que é ser artista de verdade.

E de quem é a culpa? Acho que um conjunto de fatores contribui para esse quadro, desde os “realitys shows” até programas de baixa qualidade que expõem e mostra o culto às futilidades, onde a importância de se bater o recorde de maior peito siliconado é maior do que a de anunciar a peça que está em cartaz.

É claro que cada um tem o direito de fazer o que quer da sua vida e cada um se sustenta do jeito que acha ser o mais conveniente para si, só que para isso, deve assumir os riscos da exposição a que se propõem. Depois, não adianta ficar com raiva da imprensa e pedir por privacidade. Quem quer a fama a qualquer custo, deve estar disposto a pagar o preço que essa fama vai lhe custar.

Penso, que esse tipo de fama é meramente efêmera e descartável e quem optar por ela deve saber que ela é passageira e que quando passar, dificilmente dará outra chance à pessoa que a ela se submeteu e a colocará num ostracismo tamanho, podendo ocasionar sérios problemas a essa pessoa. A história está cheia de exemplos desse tipo.

Por isso, busque o sucesso, pois ele é algo que será alcançado paulatinamente através do crescimento do seu trabalho e que quando atingido, será por puro merecimento e reconhecimento de algo que foi plantado, semeado e cultivado com amor. Essa falsa fama de celebridade instantânea, não paga e nunca pagará o preço de um verdadeiro sucesso.