O Teatro precisa ir às escolas

fevereiro 23, 2024

Hoje, com as redes sociais, nossas crianças são inundadas por uma cultura inútil, regada á muita erotização e apologias a isto e aquilo, uma enxurrada de entretenimento inútil que não contribui em nada para o enriquecimento cultural delas, é preciso apresentar uma pouco de cultura clássica para essas crianças, para que elas redescubram o poder do lúdico, da fantasia, do sonhar, um sonhar diferente, um sonhar que enriquece a alma e não o que estimula a fama e a ganância.

E qual a melhor maneira de fazer isso? Levar às escolas, o Teatro. Ainda não inventaram no Mundo uma arte mais propícia para isso do quê o Teatro. O poder no Teatro junto a uma criança é fantástico. Quando ela descobre que pode criar histórias, criar personagens, interpretar esses personagens, ela viaja no mundo da imaginação e a brincadeira de faz de contas encontra o lúdico e a criança descobre a beleza de sonhar sonhos infantis e não o sonho de consumo de uma vida adulta.

É uma pena que seja tão difícil que os governantes entendam a importância de levar o Teatro para as escolas, o Teatro, além de entreter é capaz de oferecer à criança, cultura e sabedoria, que, por vezes, nos bancos escolares, através do currículo normal, seja muito de difícil de transmitir ou de ser assimilado pela criança. O Teatro diverte ensinando e ensina divertindo, mas são poucos os que conseguem levar Teatro às escolas e oferecer uma alternativa diferente de ensinar cultura.

Existem boas iniciativas para que se leve o Teatro para as escolas, mas são poucos os fazedores de arte, que conseguem isso, há sempre um senão dos governantes quando alguém tenta levar um projeto de Teatro para escolas, não há incentivos e, tão pouco, vontade política para isso, mas, mesmo assim, ainda aqueles que mesmo sem verbas, sem incentivos, conseguem, de uma forma ou de outra presentear às crianças com o Teatro em suas escolas. Também há algumas escolas que entenderam essa importância.

Que as pessoas que cuidam da Educação de nosso país entendam, de uma vez por todas, a importância de incluir as Artes como disciplina no currículo escolar, não essa arte que é oferecida nos currículos hoje em dia, de desenhar, pintar, usar giz de cera, fazer dobraduras, é muito pouco a oferecer com a enormidade de Artes que há, não só o Teatro, a Música, a Escultura, a Pintura, mas, se ainda não há essa consciência, que se permita, então, deixar que as crianças desfrutem da magia do Teatro de quando em quando.

Quando a criança descobre a magia do Teatro, a vida dela se transforma e essa transformação faz um mundo bem melhor, por isso, começo aqui uma campanha por mais projetos de Teatro nas Escolas e depois, nas ruas, nas praças e em todos os lugares aonde seja possível, para que a arte do Teatro inunde a vida das pessoas de sabedoria e de cultura e não de entretenimento raso e inútil, em que todos nós estamos submetidos nos dias de hoje. O Teatro tem esse poder, podem apostar!


O empobrecimento cultural do país

novembro 17, 2023

É triste presenciar o empobrecimento cultural do país, com tantas influências culturais por conta da miscigenação que sempre foi á marca do Brasil, não é possível que estejamos produzindo uma cultura tão rasa, tão sem significado e tão sem importância nos dias de hoje. E aonde notamos com mais força essa tendência de empobrecimento, é na música. É praticamente impossível ouvir alguma coisa interessante, musicalmente falando, é só apologia ao sexo, ao crime e de dor de cotovelo. Não há mais poesia, nem tão pouco, melodia.

Outro aspecto que vem contribuindo para esse empobrecimento da cultura do país é o patrulhamento ideológico que prega o abominável politicamente correto em tudo que seja produzido em termos de cultura. A arte vem sendo pautada de forma sistemática, o quê vem interferindo, violentamente nas manifestações culturais, que devem sempre estar de acordo com a cartilha da patrulha de plantão e atender essa ou aquela minoria. A beleza e estética da cultura não são mais importante, importante é “lacrar” de alguma forma.

Hoje a produção da audiovisual, por exemplo, sofre uma interferência muito forte dessa patrulha ideológica, que ameaça e faz campanha de cancelamento de público, quando a produção foge dos termos impostos desta maldita cartilha do politicamente correto. E o que acabamos assistindo, invariavelmente, são produções presas a discursos ideológicos, preocupadas apenas em satisfazer a sanha desta ou daquela “minoria”, sem dar importância ao produto cultural que deveria ser produzido. A cultura virou panfleto, há muito pouco de arte nela.

Às vezes, vemos obras que teriam tudo para serem grandes, culturalmente falando, mas que se perdem porque precisam atender interesses que nada têm a ver com a cultura, vilipendiam nossas manifestações culturais, como se elas não representassem a nossa identidade cultural, muitas vezes, alteram e distorcem nossa cultura só para atender a ideologia partidária ou para enaltecer esse ou aquele grupo, dando um protagonismo que não existe de fato.  A cultura é feito através dos tempos e conta a história de seu tempo.

O pior, é que a cada dia que passa, a cultura vai empobrecendo ainda mais, pois não se faz mais cultura para a eternidade, é tudo fugaz demais, não se produz nada de relevante, temos hoje uma cultura descartável, que está preocupada, apenas, em agradar “minorias” e como diz a voz corrente de hoje em dia, “lacrar” e mais nada. É triste, muito triste, ver um país com uma diversidade cultural, fantástica, se satisfazer com produções de “funks marginais” e de obras político-ideológica.

O que ficará para posterioridade? Nada, absolutamente, nada! Destruíram a cultura do país por conta de um discurso ideológico, acabaram com as produções culturais para atender as bandeiras de uma “minoria” ressentida, que quer se protagonista em tudo e a todo custo. Fabricam heróis e vilões, sem pensar na relevância cultural da obra, apenas por capricho. E assim, não produzimos nada de relevância cultural neste século e ainda fomos capazes de empobrecer a cultura do nosso país de tal forma, que hoje, mal temos uma cultura, apenas um arremedo de manifestações ideológicas.


A arte não pertence a esquerda

setembro 23, 2022

É muita pretensão, uma ideologia político partidária de esquerda se achar a proprietária da arte e cultura de um país, que artistas militantes manifestem sua simpatia com o espectro da esquerda, tudo bem, mas eles não têm o direito de tomar para si a bandeira de que só a esquerda é capaz de expressar a arte e a cultura do país, artistas, enquanto cidadãos têm todo o direito de fazer sua militância, mas a pessoa enquanto artista, não; a arte deve e tem de ser feita para o Povo, sem nenhum viés ideológico partidário.

A arte e a cultura refletem a manifestação de seu povo e não a expressão de um partido político, ou de uma ideologia de esquerda, querer tomar de assalto a expressão cultural de um país, é vilipendiar o interesse da sociedade sobre o que ela entende por ser arte e o que ela quer consumir em termos de expressão cultural. Quanto mais panfletária a arte se mostra, menos qualidade cultural ela tem, pois deixa claro para o povo que ela está servindo apenas uma ideologia e não preocupada em retratar toda a sociedade.

É claro que arte e a cultura, enquanto manifestações populares têm o poder de aumentar a luz sobre os desmandos e abusos de um governo, de uma classe social e levar ao povo, as injustiças e os absurdos que uma sociedade viva, mas a esquerda, muito menos um partido, manchado pela corrupção, têm o direito de se achar, proprietários e legítimos representantes dessas manifestações populares. A arte e a cultura não devem e não podem ter partidos políticos, muito menos ideologias, pois assim, deixam de ser arte e de expressar a cultura.

Todo artista tem o direito enquanto cidadão, de expressar suas ideologias e de defender suas bandeiras políticas, pois cada um sabe de seus interesses e suas ambições, porém, todos nós sabemos que hoje em dia no país, há os artistas militantes e simpatizantes da ideologia de esquerda, fazendo campanha para que um ladrão seja eleito presidente, porque querem ter de volta, algo que eles acham que perderam. E quando esses artistas usam sua arte como expressão de sua militância ideológica, a empobrecem e deixam de ter importância para o povo.

A arte pura, não defende ideologias político partidárias, ela é feita para uma sociedade e não apenas para uma parte dela, a arte é plural, precisa falar com todas as ideologias e com cada cidadão, quando ela resolve falar apenas para uma parte, deixa de ser importante para a outra, que não a reconhece, enquanto arte e é isso que estamos vendo nos dias de hoje, alguns artistas acham que uma ideologia política partidária de esquerda é a dona da arte e da cultura do país e estão tendo de enfrentar a ira de parte da sociedade que quer esse tipo de artista.

E o quê está acontecendo com essa insistência de acharem que a arte é propriedade da esquerda, é que muitos artistas que não comungam deste mesmo pensamento e refutam essa ideologia político partidária de esquerda, estão sendo colocados em um mesmo balaio, como se todo mundo que faz arte e cultura no país, fosse um militante de esquerda querendo eleger um ladrão. Eu não! Sempre fui um artista independente, de pensamento livre, vou lutar sempre por Democracia e justiça social, mas, jamais, por uma ideologia político partidária.


Incentivos Culturais: Quem precisa?

setembro 16, 2022

Há uma briga política encabeçada por artistas famosos que reclamam da falta de incentivos para suas produções culturais, mas, será que eles realmente precisam de um dinheiro público, ou de uma lei de incentivos para levantarem um capital para suas produções? É óbvio que não! Artistas de renome, que possuem grande número de fãs e seguidores são capazes, através de sua imagem, angariar fundos suficientes para executar suas produções.

O que acontecia com a antiga lei de incentivos fiscais, que autorizava empresas a obter isenções de seus impostos caso apoiassem produções culturais? Elas escolhiam apoiar os artistas famosos, de renome, para colocar a imagem de suas empresas junto a esses artistas. Era errado? Claro, que não! Mas era desleal demais com os artistas que realmente precisam de incentivos para realizar os seus projetos. Não é fácil “mambambear” pelo país sem dinheiro.

O que acabou acontecendo devido a essa celeuma? Todos artistas foram colocados no mesmo baleio de gatos, como se todos artistas mamassem na mesma teta do governo, o que não é verdade, os mais famosos, podemos dizer que sim, mamavam e estão sentindo muita falta dessa mamada, pois não há nada mais confortável na vida do que você planejar a produção de seu espetáculo, tendo todos os custos pagos pelos incentivos e com a bilheteria com lucro livre para você, não é mesmo?

É preciso que se faça uma lei que realmente transfira os incentivos fiscais para os jovens artistas, para as pequenas companhias de teatro, para artistas independentes, que estão longe das mídias, para que estes artistas possam circular pelas escolas do país, levando realmente um pouco de cultura para quem não tem acesso a quase nada. Outro ponto necessário é utilizar os incentivos para preservação de museus, de teatro, do patrimônio cultural do país e não usar a lei de incentivo para cantora de funk, por exemplo, isso chega a ser até um acinte para a verdadeira cultura.

O Brasil é um país carente de acesso a cultura e a cultura de massa que nos chega, é uma cultura inútil, sem profundidade, que não acrescenta nada, e que, na verdade não deveria nem ser chamada cultura, pois é apenas entretenimento e entretenimento é diversão e diversão não deveria ser apoiada por leis de incentivos à cultura. O Brasil é sim um país rico culturalmente, mas muitos artistas não conseguem incentivos para manterem viva toda essa cultura que nos formou como Nação.

Por isso, o artista que não tem verba pública, que não tem acesso às leis de incentivos, que precisa de ajuda da comunidade, ou da escola, ou da igreja, para realizar suas produções e que quer levar cultura pelo país, não deveria encampar essa luta de artistas famosos, que escolheram estar contra o governo, ao lado de quem já roubou o país, pois eles brigam pela volta dos incentivos que lhes davam privilégios, essa luta é só deles, não é da classe artística, pois, os artistas que realmente precisam de incentivos, continuarão a não receber nada.


Até quando o Folclore resistirá?

agosto 20, 2021

Parece que o Folclore não interessa a mais ninguém, pois as histórias, “causos” e lendas que passaram de geração para geração através da oralidade, já não fazem mais parte do imaginário infantil e são poucos os que ainda buscam preservar a tradição de apresentar esse universo do Folclore brasileiro às crianças, mas, até quando nossos mitos e lendas resistirão?

É certo que o mundo é outro, somos muito mais urbanos, quase sem tempo para nada e a maioria de nossas lendas é sobre personagens de um tempo em que o país era muito mais rural e que se tinha mais tempo para essas histórias, “causos” e lendas que serviam para preencher o tempo e aguçar a imaginação, hoje em dia, parece que não há tempo mais para se imaginar.

Há pouco interesse em se continuar difundindo as lendas e os mitos que fazem parte do universo do Folclore Nacional, talvez o distanciamento deste mundo imaginário, passe também por essa cultura do politicamente correto, que impõem restrições a quase tudo, em nome de um mundo real que é mais irreal do que o universo do nosso Folclore.

Mas é muito importante que não se perca a tradição de divulgar e de comemorar o nosso Folclore, cada história, cada lenda, cada “causo”, cada cantiga, cada brincadeira, cada pedacinho de cultura, ajudou a formar e construir a nossa identidade cultural, é no Folclore que encontramos às respostas da formação do nosso povo e conhecemos o nosso passado.

No próximo de 22, vamos comemorar mais um “Dia do Folclore”, então é mais uma oportunidade para divulgarmos, cultuarmos e comemorarmos a importância desta data, vamos tirar os sacis de suas garrafas, vamos sentar sob a lua cheia e ouvir histórias de lobisomens, vamos brincar de roda, vamos cantar cantigas, falar travas-línguas, vamos resistir!

Aqui no meu espaço de escrita, que não é assim, cheio de seguidores, sempre haverá espaço para a divulgação da nossa cultura popular, em especial, o Folclore Nacional, com suas lendas, com seus mitos, com a sua devida importância para a formação de nossa identidade cultura. Aqui, sempre será um espaço de resistência, a fim de manter vivo o Folclore Nacional. Viva o Folclore!


Comemorar o Folclore por quê?

agosto 21, 2020

Esta semana comemoramos o Folclore Nacional, mas, a quem interessa hoje em dia comemorar essa data? Para quê reavivar as lendas, cantigas, brincadeiras, festas e manifestações culturais de nosso povo, se já não somos um povo? Somos apenas um arremedo de sociedade esfacelada, que tem se mostrado incapaz de enxergar às raízes de tudo aquilo que ajudou a formar a identidade do nosso país. Comemorar o folclore por quê?

Comemorar o Folclore porque é preciso que as nossas crianças entendam como se deu a formação do país em que elas vivem, seus costumes, suas tradições, suas festas. Para que elas possam manter vivas todas as lendas, cantigas, brincadeiras e manifestações culturais, sem que elas se percam no emaranhados de outras tantas tradições estrangeiras que não nos caracterizam e nem nos identifica como um povo.

Comemorar o Folclore para que as nossas crianças cresçam entendendo como as tradições dos povos que habitaram e habitam nosso país, influenciaram  e influenciam na formação do nosso povo. Porque é preciso manter viva a identidade cultural do nosso país, ainda que para muitos, histórias, cantigas, brincadeiras e algumas manifestações, não façam mais sentido no mundo em que vivemos.

Comemorar o Folclore para que nossas crianças possam entender que o lúdico e a fantasia de uma lenda, podem lhes ensinaram de como enfrentar os perigos da vida real. Porque nossas crianças precisam se portadoras das lembranças de cantigas e brincadeiras de um tempo em que a simplicidade do brincar era o que trazia felicidade. Para que o tempo não apague as histórias e as manifestações que sedimentaram nossa identidade cultural.

Comemorar o Folclore para que as tradições e os costumes do nosso povo, não vire poeira e não seja encolhido pelo estrangeirismo que nos cerca. Para que nos lembremos, sempre, que somos um povo miscigenado, com uma cultural diversificada, formada por pedaços coloridos, tal e qual uma colcha de retalhos que remendam as roupas nas festas juninas, ou enfeitam as fantasias coloridas de nosso carnaval.

Comemorar o Folclore apesar de tudo e de todos que acham que tudo isso seja uma grande bobagem, mesmo que parte do nosso povo não valorize e nem dê importância a história de sua própria formação, mesmo que parte do nosso povo não ache a cultura importante para o país e achem que saber ou comemorar essa data não tem nenhuma relevância para o país, mesmo que eles não entendam o quanto o Folclore é importante para eles.

Comemorar o Folclore hoje e sempre, para poder manter viva a história de formação da nossa identidade como um povo, para poder preservar nossas raízes, nossas histórias, nossas lendas, as nossas tradições, as cantigas, as brincadeiras, festas e manifestações culturais, comemorar o Folclore para poder entender como o passado nos transformou e como o futuro nos transformará. Viva o Folclore Nacional!


As cinzas do carnaval

fevereiro 28, 2020

Não há como negar que o Carnaval no Brasil é muito mais que uma simples manifestação popular, além da folia por todas as cidades atrás de blocos e trio, há ainda o exuberante desfies de Escolas de Samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, que nos brinda com enredos que nos engrandecesse culturalmente, deixando claro que através da folia momesca, se é possível transmitir conhecimento sobre às culturas que formaram o nosso povo.

Sem entrar em polêmicas desde ou daquele desfile, pois a liberdade artística cabe a cada um dos carnavalescos e a escolha dos enredos às suas respectivas escolas, vou me ater tão somente a dois específicos que achei de grande valia para o enriquecimento cultural da população: O enredo da Acadêmicos do Salgueiro e da campeã, Unidos do Viradouro, com Benjamim, o primeiro palhaço negro e as lavadeiras do Abaeté, respectivamente.

Tais enredos são de um enriquecimento cultural, imensos, pois trazem aos olhos do povo, acostumado a consumir frivolidades, um pouco de histórias que quebraram barreiras e venceram preconceitos ao longo do tempo. Vejamos por Benjamim, um negro que se juntou a uma trupe de circo em tempos em que ser artista era viver mambembando de canto em canto sem valor algum e se tornou muito mais do que o primeiro palhaço negro do Brasil.

Já ó enredo da Viradouro, trouxe aos olhos do povo as lavadeiras do abaeté, com o resta da força da mulher negra, que além de lavar roupas às margens da lagoa, vendiam doces e quitutes e contribuíram para manterem vivas às tradições de seus antepassados que enriqueceram a formação do povo brasileiro passando uma mensagem de uma mulher negra, guerreira, poderosa e comprometida com suas tradições.

Tanto o Salgueiro, quanto a Viradouro merecem aplausos, só pela iniciativa de ir até o fundo do caldeirão da cultura popular brasileira e resgatar historias esquecidas ou até mesmo desconhecidas, abordando na avenida, assuntos tão pertinentes e que comungam tanto com os tempos atuais e fazendo tudo isso, com brilhantismo e criatividade e, apesar de apenas uma poder ser a campeã e esta foi a Viradouro, quem ganhou foi o povo.

Quem bom que ainda é possível ter a oportunidade de receber através do carnaval, um pouco da cultura popular brasileira, com histórias que mostram que sempre houve luta para se vencer o preconceito e o racismo, e quanto às mulheres sempre foram fortes e guerreiras, e o melhor de tudo, foi poder assistir tudo isso, sem viés político ideológico, apenas absorvendo a cultura pelo belíssimo carnaval, que as duas escolas levaram para a avenida.


Carnaval é a festa da alegria

fevereiro 21, 2020

Começa hoje em todo país, aquela que ainda é considerada a maior festa populara brasileira, a festa da alegria, do samba, do frevo, do maracatu, a festa da descontração, mas até quando o Carnaval resistirá ao mau humor do brasileiro atual, à radicalização de movimentos pelas minorias que atacam até mesmo crianças fantasiadas, ou ainda aos ataques dos radicais religiosos que tentam desqualificar a festa momesca?

O Carnaval sempre foi á festa da alegria, a festa preferida do brasileiro, a festa aguardada durante o ano todo para que enfim as pessoas possam vestir suas fantasias e esquecer, pelo menos por quatro dias, os dessabores da vida dura, mas não está nada fácil curtir os quatro dias de folia, já que quase nenhuma fantasia é considerada politicamente correta por alguns movimentos radicais que querem sobrepor sob o povo, suas convicções.

Já não se pode se fantasiar de índio, porque índio não é fantasia, não pode se fantasiar de nega maluca, porque é racismo, não pode se fantasiar de baiana, porque é apropriação indevida da cultura negra, não pode mais homem se vestir de mulher, porque é homofobia, não pode máscara disso, não pode máscara daquilo, não pode nada. O Carnaval está perdendo a luta para uma minoria radical hipócrita e mesquinha.

Como se querer proibir algo no Carnaval se o Carnaval se tornou uma cultura popular, justamente por permitir que se transgredisse da vida normal? Como querer impor o uso de uma fantasia ou de uma máscara, se essa é a graça do Carnaval? É no Carnaval que se pode ser o que se quer, do jeito que se quer! Carnaval é a festa da liberdade, de extravasar a alegria reprimida durante um ano inteiro.

Não pensem que o Carnaval não resistirá aos ataques dessa gente amarga, incapaz de entender que o Carnaval é a festa da farsa, de ser quem você não é, de brincar, dançar, pular e sambar sem ter hora para acabar. Carnaval é cultura popular, suas fantasias e suas canções compõem o seu histórico e ninguém tem o direito de impedir ninguém de cantar as marchinhas que embalaram tantos carnavais e ainda embalarão.

É preciso deixar claro para essa gente mal amada, que não gosta de folia, que não sabe o que é brincar, que não sabe o que é se esquecer dos problemas, que o Carnaval é a festa da perversão, da transgressão, sempre foi assim e sempre será, porque Carnaval é resistência, Carnaval é a cultura que formou um país e não pode ser ameaçado por meia dúzia de gatos pingados, mimados, que querem impor suas vontades.

Que todo mundo seja livre para pular o Carnaval do jeito que bem entender, seja de pirata, de cacique, de palhaço, de baiana, se vestido de mulher, com a fantasia e máscara que quiser, porque a festa do Carnaval é para que cada um seja o que não é, então, solte suas fantasias e caia na folia, porque não há de haver nenhum movimento do politicamente correto que possa impedir o brasileiro de extravasar sua alegria.


O problema é a falta de gestão

janeiro 19, 2018

Todo ano é a mesma ladainha, muitos governantes ameaçam e, outros, até cumprem as suas ameaças, deixando de realizar o carnaval em suas cidades. Puro golpe de demagogia barata para tentar limpar a barra suja com a população pelo mau uso do dinheiro público, pois, na verdade, o que falta na maioria das prefeituras, nem sempre é dinheiro, é gestão. Gerir, como se deve, o dinheiro público é que é o xis da questão.

Ora, se cada Secretaria Municipal tem um orçamento para dar conta de suas atribuições e de seus afazeres, o assunto carnaval não deveria dar tanto pano pra manga. Pois, se há uma administração que saiba aplicar a verdadeira gestão do dinheiro público, não pode ser concebível que falte dinheiro para realização do carnaval, pois, se carnaval é um evento que acontece todos os anos, como não constar na pasta da Secretaria de Cultura da Cidade, uma verba destinada para a realização do evento?

Mas, esses velhos políticos, com suas velhas táticas políticas, que cheiram a naftalina de tão ultrapassadas, esbravejam aos quatro cantos, que falta dinheiro, que o país está em crise, que aumentou a inadimplência, que teve queda na arrecadação e sei lá mais o quê, tudo isso para justificar o corte de verbas ou, até mesmo o cancelamento dos eventos carnavalescos e conseguem, ainda, convencer parte da população com essas desculpas.

É preciso que a população pare de fechar os olhos para as ações dos prefeitos demagogos, que ainda acham que um bom discurso é capaz de sustentar uma boa desculpa para a falta de suas competências em administrar o dinheiro público. Carnaval é cultura, sim senhor! É um evento anual que faz parte da tradição e ajuda a firmar as raízes culturais do nosso país, a sua não realização com a desculpa de falta de dinheiro, é um desfavor à população.

Ainda que muitos não gostem, por vários motivos, que não cabem comentá-los por aqui, o fato é que todas as cidades têm obrigação em realizar os festejos carnavalescos, quando os prefeitos dessas cidades não o fazem, ou tentam de alguma forma, persuadir a população com a desculpa de que o carnaval não é importante, o que é importante é a saúde, a educação, deixam claro o quanto incompetentes são na gestão do dinheiro público de suas cidades.

É uma pena, que ano após ano, os maus gestores do dinheiro público que ocupam cargos de prefeitos, usam o carnaval para limpar barra de suas más administrações com suas populações, o pior, é ver, que, ano após ano, a maioria da população acaba dando razão às desculpas esfarrapadas de seus prefeitos. Cancelar o carnaval não vai resolver o problema de nenhuma cidade, vai apenas criar uma cortina de fumaça para iludir a população.

Senhor Prefeito, aproveite o carnaval para mostrar à sua população o quanto vossa excelência é um bom gestor do dinheiro público, mostre a todos, que no orçamento do seu município, existe uma verba provisionada dentro da pasta da Secretaria Municipal de Cultura para realização dos festejos carnavalescos e que ela será destinada conforme determina a Lei e pare de jogar a culpa na falta de dinheiro, ao invés de admitir a sua incompetência na gestão.


A culpa é da Arte

novembro 17, 2017

Um crescente movimento de uma nova igreja evangélica pentecostal fundamentalista, toma conta do país e quer impor a todo custo o conceito do que seja moral em nossa sociedade, disseminando a intolerância religiosa entre às pessoas, mas, a culpa é da Arte.

A Esquerda aparelha o Estado, quebra as empresas do governo, endivida o país, as empresas, as pessoas, impõem-se com contratos fraudulentos, propinas e maracutaias, no afã de se perpetua no poder, incitando o ódio na população e se colocando de inocente pela crise que vivemos, mas a culpa é da Arte.

A Direita dá o ar da graça, colocando para fora toda a sua sede de autoritarismo reacionário, disseminando na sociedade, o preconceito, a homofobia, o racismo, querendo impor à sociedade sua ética duvidosa e sua visão totalitária de governo, mas a culpa é da Arte.

Empresários gananciosos usam a Lei de incentivo ao fomento à Cultura do país de forma fraudulenta, desviando recursos para festas, casamentos e outros eventos sociais particulares, ao invés de destinarem as verbas para produzirem Cultura no país, mas a culpa é da Arte.

A corrupção se instalou no Poder Público como uma metástase, infectando de forma devastadora e quase que irreversível a situação de governabilidade do país, deixando a olhos nus, que nada no país funciona sem o pagamento de propina e acertos ilícitos, mas a culpa é da Arte.

Os políticos estão todos atolados no mar de lama, mostrando que a representatividade popular não faz mais parte da legitimidade dessas casas do Poder, tamanha a desfaçatez com aprovações de leis que beneficiam, mais os políticos, do que o povo, mas a culpa é da Arte.

A violência cresce de forma assustadora, se tornando uma ameaça real à vida das pessoas, que não recebem do Estado a segurança necessária, deixando a sociedade à mercê de menores delinquentes, do crime organizado, fazendo que as pessoas fiquem sem saber se, ao saírem de casa, retornarão, mas, a culpa é da Arte.

Pessoas morrem todos os dias nos hospitais por falta de atendimento médico, pelo sucateamento dos hospitais e pelo descarado  descaso do Poder Público, que faz um jogo de empurra-empurra e que não leva em conta o sofrimento da população, mas a culpa é da Arte.

Bom, vocês viram que se tiverem qualquer problema, de qualquer ordem, em casa, no trabalho, com os bancos, com o vizinho, qualquer situação que lhes deixem em uma condição constrangedora, a solução é muito simples, diz que a culpa é da Arte.