O Final dos Tempos

abril 6, 2023

Hoje eu não vou falar de política, nem de esquerda, nem de direita, nem mesmo desta polarização idiota e insana que destruiu o país, nem desta briga egocêntrica pelo poder e essa disputa vaidosa de mostrar que um é melhor do que o outro, hoje eu vou falar de impunidade, da complacência, da falta de caráter de quem minimizou os efeitos da violência e da criminalidade em nossa sociedade, quando fechou os olhos para os bandidos que roubaram o país.

Os efeitos desta complacência com a criminalidade estão aí, vista a olhos nus para quem quiser enxergar a escalada da violência em nossa sociedade, pois, a criminalidade recebeu como um salvo conduto, a recondução de criminosos ao poder e, a certeza da impunidade, tem feito que os criminosos intensifiquem os seus ataques, sem poupar nem mesmo escolas e tão pouco, crianças indefesas que não mereciam serem vítimas desta escalada da violência.

Quando a sociedade minimiza atos de violência e tratam os casos como surtos psicóticos, como um desajuste social, ou até mesmo como doença; temos a noção exata de que quem está doente é essa nossa sociedade, que não tem compaixão com as vítimas dessa violência e prefere proteger os direitos de quem, em nenhum momento, pensa em preservar os direitos de suas vítimas. Bandidos nunca pensam na vítima.

Agora, do que adianta ir às redes sociais fazer coraçãozinho com a mão, postar a indignação e a revolta contra mais um caso de violência, dizer que faz solidariedade, que tem amor ao próximo, se quando teve a oportunidade de afastar de vez o crime organizado do poder, fez justamente ao contrário? Que amor é esse que prefere passar a mão na cabeça de um bandido, ao invés de abraçar os pais que estão dilacerados com o assassinato de seus filhos?

Aquele que pensou com o fígado, que deixou a raiva agir sobre a lógica sensata da razão, achando que estava livrando o país de algum mal, fez justamente o contrário, acordou o demônio da criminalidade, que agora acha que tem atestado para poder arrasar a sociedade com seus crimes hediondos, e como não achar, se essa sociedade ainda acredita que eles cometem seus crimes porque são vítimas sociais? Vítimas somos nós!

Não dá mais para viver assim, chegamos ao final dos tempos, pois temos uma sociedade doente e que é alimentada, diariamente pelo ódio e pela ira, que não é capaz de se colocar no lugar do outro e pensar: – E se fosse comigo? Não, não há mais o outro em nossa sociedade, só o indivíduo, que se acha pleno, justo, honesto e capaz de julgar quem não comunga de suas vontades. Essa gente, por certo, não sabe o que é a dor do outro, pois senão, não teriam sido tão complacentes com um bandido.


O “Amor” venceu

março 24, 2023

O “Amor” venceu… Mas será que ás pessoas que votaram pela volta do “Amor” e que estão vendo centenas de empresas fechando, colocando diversas famílias em dificuldades financeiras estão mesmo felizes com a vitória do “Amor”? Ou será que o “Amor” também as jogou na fila do desemprego, fazendo com que elas também estejam mendigando a ajuda demagoga do “bom feitor”?

O “Amor” venceu… Mas será que ás pessoas que votaram pela volta do “Amor” e estão assistindo o crime organizado barbarizar um Estado da Nação, colocando a vida de todos em alerta de perigo, estão mesmo felizes com a vitória do “Amor”? Ou será que o crime organizado também está ameaçando, à ela e à família dela, a colocando em estado de pânico com medo da violência?

O “Amor” venceu… Mas será que ás pessoas que colocaram o “Amor” no poder estão satisfeitas com o preço da gasolina, com as compras do mercado, com a conta da luz, com a escalada da inflação e com a insegurança da economia do país? Ou será que elas ainda acreditam na promessa que o “Amor” fez, de se comer picanha e beber uma cervejinha todo fim de semana?

O “Amor” venceu… Mas será que ás pessoas que votaram com convicção para à eleição do “Amor” estão mesmo de acordo com a ameaça escancarada de vingança do político demagogo que ela colocaram no poder, à um cidadão e a todo o povo brasileiro? Ou elas também estão com medo da parceria entre o crime organizado e os integrantes do governo do “Amor”?

O “Amor” venceu… Mas será que ás pessoas já se deram conta que quem elas elegeram e levaram ao poder, não foi o “Amor”, foi o “Ódio”, e que este “Ódio” está empenhado em destruir o país e transformar tudo isso aqui em um Regime Narco-Socialista Autoritário? Ou será que há algumas dessas pessoas arrependidas e estão sentindo na pela o peso de suas ignorância?

O “Amor” venceu… Mas será que ás pessoas já perceberam que entregaram o país de volta para uma quadrilha, que se alimenta da corrupção, da roubalheira do bem público, da miséria da população, da ligação com o crime organizado? Ou mesmo apesar de isso tudo, às pessoas ainda estão aplaudindo o “Amor” de pé e achando tudo o quê está acontecendo, lindo?

O “Amor” venceu… Mas será que você que votou pela volta do “Amor” ao poder, consegue se olhar no espelho, se achar um cidadão decente, uma pessoa do bem, uma pessoa de bom coração, um exemplo para os seus filhos? Ou você está mesmo convicto de que fez o certo e que tudo que o “Amor” fizer, está correto, pois o “Amor” tirou o “Mal” do poder? Então, só posso lamentar e pedir a Deus que você do morra pelas mãos do “Amor”!


A violência que nos assusta

março 11, 2022

O mundo está cada dia mais violento, as pessoas estão cada vez mais violentas, a verdade é que parece que o ódio assumiu de vez às rédeas e está fazendo estragos na vida de todo mundo, vejamos a Guerra da Rússia contra a Ucrânia, demonstra claramente o alto grau de violência que nos cerca hoje em dia. E a violência no Futebol? Assistimos, a pouco, uma luta campal entre duas torcidas no México, com vítimas fatais e ataques com pedras e bombas contra ônibus de times brasileiros que feriram jogadores. Um absurdo!

E o quê falar então, sobre a violência verbal que atinge cada um de nós nas redes sociais? Não se pode mais ter opiniões, gostos e vontades, pois, somos xingados, cancelados e odiados, ainda que o assunto seja só um assunto banal e corriqueiro. Há sempre um ato de violência a espreita, pronto para nos atacar. Assistimos as pessoas pedindo paz pelas redes, a mesma rede que todo dia incita o ódio e a discórdia entre as pessoas. A violência tem se vestido de hipocrisia para nos atacar.

Sem contar o autoritarismo governamental em que até juízes da mais alta corte, perderam totalmente o equilíbrio da balança da justiça, atacando as liberdades individuais, no mais duro golpe de violência contra qualquer pessoa. Não se pode pregar tempos de paz, incitando o ódio contra quem luta para manter seus direitos individuais preservados, mas é o quê vemos por aqui, um ataque diário, violento, disfarçado de luta pela Democracia. Não pode haver Democracia quando a liberdade de expressão é violentada.

Estamos cercados pela violência, uma violência que nos assusta, diariamente, pois já não sabemos de onde virão os ataques à nossa Paz, se seremos atacados por bombas, por fuzis, por palavras indecorosas, xingamentos e ofensas, ou até mesmo pela própria justiça. Estamos vivendo em uma encruzilhada, onde, em cada ponta da cruz, há um ser humano vestido de ódio, pronto para nos julgar e nos condenar ao primeiro movimento contrário às suas posições. Estamos cercados pela violência e não vemos uma saída.

Quando isso tudo vai terminar? Não dá para saber, pois quanto mais se busca a Paz, mais o ódio cresce e a violência nos ataca, quando pensamos que a violência já chegou a um nível mais alto, sempre vem um ataque ainda mais violento. Antes, tínhamos que enfrentar a violência resultante das injustiças sociais, hoje a violência vem de todos os lados, sem distinção de cor, sexo e de situação social, o ódio é quem dá às cartas e cada dia que passa, vemos que ele cresce mais e mais. Que Deus nos proteja!


As lutas já não fazem mais sentido

fevereiro 4, 2022

Definitivamente as lutas perderam os sentidos, não há, nos dias de hoje, uma só luta que faça algum sentido e que valha, verdadeiramente, se lutar, tudo, absolutamente tudo pelo quê se luta, tem sempre uma segunda intenção, um objetivo político-partidário, um querer angariar benefícios para uma próxima eleição, a causa da luta, realmente não importa, importa que se faça a luta para poder contabilizar futuros votos.

Cada desgraça que acontece, cada crime estarrecedor, cada ato de violência praticado, cada injustiça, acaba sempre ficando em segundo plano, pois, depois da comoção coletiva inicial, a defesa pela causa, a luta pela justiça ao crime cometido, se transforma em guerra política e o que deveria se tornar uma luta, de fato, para que outros crimes e injustiças não mais acontecessem, tudo se torna uma briga de narrativas e manchetes sensacionalistas de uma luta do bem contra o mal.

O bem e o mal não estão em nenhum partido, muito menos em um político, aliás, o mal são os políticos dos partidos, que se aproveitam, sempre, de grandes desgraças que comovem a população, para se colocarem como bastiões da justiça e da decência. Como que bandidos que assaltam o país todos os dias, podem achar que são os melhores representantes para povo na luta contra a violência e a justiça? As lutas de hoje já nascem perdidas.

Como defender bandeiras contra violência, justiça e corrupção, se os que se apresentam para a luta são todos bandidos? Não faz sentido lutar, eles não querem às lutas, querem os bônus que as tais lutas podem lhes render. Enquanto a mídia estiver com seus holofotes em cima da notícia, os políticos estarão como moscas, defendendo os cadáveres, só que quando tudo esfriar, acaba a luta para o político, e quem ficou só é que fica com a luta.

O pior de tudo, é que vemos muita gente replicando as narrativas hipócritas e relativistas dos políticos, compartilhando manchetes e cartazes sensacionalistas, encampando uma luta que não existe de fato, a luta dessa gente é pelo foco da notícia, pelos benefícios políticos que ela vai render, não é, nunca foi e nunca será pela causa, pois se quisessem, esses políticos atacariam a causa, mas como atacar a causa se eles todos fazem parte dela?

Uma pena que, a cada dia que passa, fica mais difícil a convivência na nossa sociedade, pois às pessoas não lutam mais por uma causa que represente todos, elas lutam pelos seus políticos e pelo quê eles defendem, ainda que tudo que eles defendam seja criminoso, antiético, corrupto e ilegal. Por isso, não há mais nenhuma luta que realmente valha à pena, a não ser que às pessoas encampem a luta que realmente interesse, a luta contra os políticos, caso contrário, já não faz mais nenhum sentido lutar.


Liberdade de Expressão

setembro 3, 2021

Querem calar nossa voz

Querem impedir nosso livre pensar

Agem sempre de uma forma veloz

E estão prontos para nos censurar

Não importa a hora, nem momento

Qualquer manifestação do pensamento

Qualquer retórica de protesto

Um deles brada com altivez:

Eu os impeço!

Não ataquem a Democracia

Não conspirem atos golpistas

Não sejam os negacionistas

Mas são eles que nos negam

Nosso direito para se expressar

De dar nossa opinião e se posicionar

E nos Impondo a velha mordaça

Imputam-nos crimes imorais

Acusam-nos de mentirosos

Mas são eles, os reis da trapaça

Com seus atos inconstitucionais

Que comentem seus crimes culposos

Travestidos de um autoritarismo

Não admitem que haja o contraditório

Intitularam-se os Donos da Verdade

E no mais alto grau do cinismo

Atiçam os sedentos macacos de auditório

Acostumados com as narrativas enganosas

Que fazem o coro para qualquer acusação

E parece não se importarem que haja censura

Pois a notícia verdadeira lhes é perigosa

Não querem nossa Liberdade de Expressão

Estão todos bem com essa nova Ditadura


Um país cada vez mais segregado

novembro 27, 2020

A cada novo caso de racismo, de homofobia, de violência, temos nos tornamos cada vez mais, um país segregado, estamos sendo divididos por uma guerra feita de, arrogância, vaidade e, acima de tudo, de muito egocentrismo. A ideia de que um ser é melhor do que o outro e que o outro, por ser diferente, não vale nada, vem se mostrando interminável, até porque, quem diz querer justiça, está, na verdade, praticando em seus atos, apenas uma vingança egocêntrica.

E o pior de tudo é que o radicalismo político em que vivemos neste momento, no país, tem corroborado para que cada novo caso de racismo, de homofobia e de violência, seja como um galão de gasolina a ser atirado no incêndio pelo qual estamos atravessando. E como tudo em nosso país, hoje em dia, é dividido em dois lados, todo novo caso vira uma guerra de acusações e defesas de pontos de vistas infindáveis que pregam vingança e não justiça.

A justiça não é uma questão de partido político, muito menos de uma ideologia partidária, justiça tem a ver com humanismo, com solidariedade, com se colocar no lugar do outro, de respeito ao que outro é, ou quer, justiça é lutar para que isso seja realmente um direito de todos, não como vem acontecendo hoje em dia e como faz, principalmente, a ala mais a esquerda, que precisa desses fatos para sustentar seus discursos antiquados e sem apelo social.

A desigualdade social em nosso país já é tão profunda, que quando politizam esses casos de racismo, de homofobia e de violência, o que acontece é que se vai alargando ainda mais a segregação, vai se dividindo a população com os lados dos malvados e o lado dos bons e, a classe política se mostra tão em desacordo com os anseios daqueles que querem de fato a justiça, que ao invés de corroborar com a luta pela justiça, atiça, ainda mais, o instinto de vingança.

É secular a desigualdade daqueles que estão na base da pirâmide social, e isto não é um caso isolado e histórico do nosso país, isto é a história da humanidade, em que sempre tiveram os injustiçados e aqueles que lutaram por justiça e isso não se consegue da noite pro dia, não é uma questão de querência, que amanhã a justiça será feita, isso é um processo que deve se sustentar por um projeto de educação e não por um projeto político ideológico.

Enquanto encararmos esses casos que acontecem diariamente como uma questão de defesa de uma política ideológica e deixarmos que a vaidade e a arrogância decidam o que é justo ou não, e que o ego individual seja maior que a vontade coletiva, continuaremos alargando a desigualdade social em nosso país e segregando cada vez mais a sociedade, em pequenos grupos, que jamais serão capazes de conquistar uma justiça social para todos.


Quem vai zelar pela nossa segurança?

novembro 7, 2019

Chegamos a uma encruzilhada muito perigosa neste momento, em uma situação muito delicada que pode gerar uma onda muito grande de violência no país e tudo isso por conta do fanatismo ideológico de alguns, que tentam, a todo custo, encontrar uma maneira para livrar um certo companheiro de detrás das grades. O problema é que um ato para tentar livrar um culpado da cadeia, pode culminar na liberdade de centenas de bandidos, traficantes, estupradores e ladrões.

A realidade é que tentam encobrir os olhos das pessoas com uma cortina de fumaça buscando convencer todo mundo, que tudo isso se faz necessário para livrar um inocente da cadeia. Quem seria tão inocente assim para ser condenado em duas instâncias da justiça? A máxima é sempre essa, todo culpado sempre vai alegar inocência e vai lutar por ela até o fim, e é seu direito legítimo fazê-lo. Mas mudar a tentativa de mudar a lei para isso, não justo para com as pessoas de um modo geral

Quem vai zelar pela nossa segurança, quando um ato assinado para beneficiar um culpado, colocar centenas de bandidos em liberdade? Já vivemos tempos tenebrosos, em que a insegurança ronda nossos passos, que já não se tem tranquilidade de andar pelas ruas, não se pode frequentar certos lugares, não é mais seguro chegar tarde da noite, o medo de que a violência nos pega em uma desses equinas é o nosso companheiro diário, não é justo, por conta de um, gerar a insegurança em milhões.

O fanatismo ideológico cegou algumas pessoas, que não deixam, de nenhuma maneira, a razão falar mais alto que a emoção e usam um discurso inflamado a favor de um e se esquecem de centenas de outros, que serão beneficiados com o mesmo ato. Na verdade não estão e nunca estiveram preocupados com a segurança do país, não estão e nunca estiveram preocupados com os cidadãos, só enxergam uma saída, ainda que esta interfira diretamente na vida de cada um dos brasileiros.

A verdade é que não se pode mudar uma lei, só porque um está gritando que e é inocente, as provas e a justiça já o condenaram duas vezes, não se pode deixar influenciar pela posição, pelo suposto poder, ou porque uma militância ideológica fanática, acha que o culpado está sendo injustiçado e querem livrar os companheiros. Se a lei vale para todos que estão atrás das grades, há de valer para todos os companheiros também e não mudá-la para beneficiá-los.

Se ainda há algum senso de justiça naqueles que são responsáveis pelas leis, há de se manter tudo como está, para o bem das pessoas, não podem, aqueles que são os responsáveis pela justiça, aplicar contra o próprio povo, esse duro golpe e gerar o medo e a insegurança na população, em virtude do risco do aumento da violência. Que os Deuses da justiça iluminem as cabeças desses que fazem a lei para que eles continuem zelando pela segurança da Nação.


Quando o sonho acaba

junho 21, 2019

Fred e Jonny formavam um casal bem resolvido, dividiam o mesmo teto e a vida há mais de dez anos e resolveram que havia chegado a hora de aumentar a família, decidiram que teriam um filho. E entre tantas opções possíveis para que esse sonho fosse realizado, eles optaram pela mais inusitada, contratar uma barriga de aluguel.

Depois de muito relutarem e discordarem sobre vários aspectos de quem seria essa barriga de aluguel, decidiram que teria quer ser uma pessoa bem íntima dos dois, e que, de preferência, passasse toda a gestação sob os cuidados dos dois. Depois de tanto pensarem, resolveram fazer a proposta para a faxineira que limpava o apartamento deles três vezes por semana.

Decido quem, o problema passou a ser, convencer Neusa a ceder sua barriga para que eles realizassem o sonho de ter um filho. Depois de tão muita conversa, conseguiram convencer Neusa a aceitar a proposta, só que Neusa não aceitava fazer uma inseminação artificial, queria uma noite de amor com aquele que fosse ceder o sêmen.

Fred, que iria ceder o sêmen se dispôs a realizar a vontade de Neusa, pois o sonho de ter um filho era maior que o incomodo do quê se deitar com uma mulher. Mas aconteceu que essa situação gerou um clima de hostilidade entre os dois, pintou insegurança, ciúmes, desaprovação, tentativas de desistir do sonho, mas ao final, mesmo a contra gosto de Jonny, o fato se consumou.

Passado quase nove meses da gestação, com o quartinho do bebê todo preparado, com todo pré-natal acompanhado pelos dois e a proximidade do nascimento do bebê, os dois se mostravam mais ansiosos que Neusa, que, aquela altura, já não aguentava mais o peso daquela barriga e às vezes até se arrependia ter aceitado a proposta dos dois patrões..

Mas Fred e Jonny estavam radiantes, era roupinha de crochê, alimentação saudável para Neusa, que, de faxineira da casa, passou a hóspede com direito a toda mordomia e cuidados. Quanto mais perto do término da gravidez, mas mimo Neusa recebia dos dois.

Só que o inesperado aconteceu. Neusa se apaixonou por outro homem, e esse seu novo amor resolveu a pedir em casamento e ainda aceitou assumir a criança que ela espera, pois Neusa não lhe contou que era uma barriga de aluguel. Com todas aquelas sensações que sentiu nos quase nove meses de gestação, o pulsar de uma nova vida crescendo dentro de si e o envolvimento com o seu novo amor fez Neusa tomar uma atitude drástica.

Já perto de dar a luz, ela conta a Fred e Jonny que encontrou o seu homem, que vai casar com ele e vai levar o filho que carrega na barriga. Um desespero tomou conta do casal e uma guerra começou a ser travada com a faxineira. O casal a transforma, de hóspede, à prisioneira e uma enxurrada de citações preconceituosas tomou conta da situação.

Sentindo-se encurralada, no auge do seu desespero e não querendo perder o filho que estava em sua barriga, Neusa pegou uma arma e atirou em Fred, que caiu morto no chão e sumiu sem deixar pistas. Aos pratos, sobre o corpo morto de Fred, Jonny viu o sonho dos dois, acabar.


Mães não gostam de futebol

julho 20, 2018

ROTEIRO DE CURTA-METRAGEM

MÃES NÃO GOSTAM DE FUTEBOL

Autor-Roteirista

PAULO SACALDASSY

PERSONAGENS

JOVEM

MULHER

HOMEM

AMIGO

MÉDICO

OUTROS

MORADORES DO BAIRRO

TORCEDORES

POLICIAIS

CENA 1 – RUA DE UM CONJUNTO DE CASAS POPULARES – EXT – DIA.

PESSOAS PASSAM, UNS ENTRAM E SAEM DE SUAS CASAS, MÚSICA ALTA, VÁRIOS RITMOS SE CONFRONTADO. EM UMA DAS CASAS, UM HOMEM CIMENTA UMA LAJE DA GARAGEM DA CASA.

CENA 2 – COZINHA DA CASA DA LAJE – INT. – DIA.

UMA MULHER CANTA UM CÂNTICO RELIGIOSO, ENQUANTO PREPARA A COMIDA. ENTRA UM JOVEM VESTINDO UMA CAMISA DE TIME DE FUTEBOL.

MULHER

Aonde cê pensa que vai, ô, seu menino?

JOVEM

Vô vê o jogo, mãe!

MULHER

Já te disse que num quero que cê vá. Tem sempre briga!

JOVEM

Suave, mãe!

O JOVEM VAI ATÉ A MÃE E LHE DÁ UM BEIJO NO ROSTO E SAI.

MULHER

(INDO ATRÁS)

Espera, menino! Vô pedí pro teu pai num deixá!

CENA 3 – LAJE DA CASA/FRENTE DA CASA – EXT. – DIA.

UM HOMEM CIMENTA A LAJE ENTRE GOLES DE CERVEJA. O JOVEM SAI DA CASA.

JOVEM

Tchau, pai!

HOMEM

Onde cê, vai? Já fugiu do trabalho, né?

JOVEM

Vô vê nosso time ganha, pai!

HOMEM

Hoje vai ser dois a zero pra nós!

MULHER

(SAINDO DA CASA)

Ô, homem! Deixa o menino ir, não!

HOMEM

Deixa o menino se diverti!

MULHER

É perigoso!

JOVEM

Mãe, já falei que é suave! Faz assim: Reza pro nosso time ganhá que tudo fica certo, ta? Vô nessa. (ELE BEIJA NOVAMENTE O ROSTO DA MÃE). Tchau, pai!

O JOVEM CAMINHA PELO MEIO DA RUA E ENCONTRA UM AMIGO, OS DOIS GRITAM O NOME DO TIME. NA PORTA DA CASA, A MULHER APERTA O PEITO, AFLITA. NA RUA, OS VÁRIOS SONS SE MISTURAM.

CENA 4 – COZINHA DA CASA – INT. – DIA.

NA MESA, O HOMEM E A MULHER, ALMOÇAM.

MULHER

Não era pra deixá o menino ir nesse jogo.

HOMEM

O que tem demais, mulher? Ele já foi em tantos!

MULHER

Contra a minha vontade. Por mim ele não ia em nenhum!

HOMEM

Que besteira!

MULHER

Um lugar que só tem briga! Todo jogo tem briga!

HOMEM

Nosso menino é tranquilo!

MULHER

(SEGURANDO A MÃO NO PEITO)

Eu sei! É que hoje to com nó aqui dentro!

HOMEM

Reza que passa!

MULHER

É por isso, mesmo! Quanto mais eu rezo, mas aflita eu fico.

HOMEM

Agora chega desse assunto e come!

MULHER

Você não acredita, mas se alguma coisa acontecer com nosso menino, a culpa vai ser sua!.

HOMEM

Não vai acontecer nada! Agora não me apurrinha mais com esse assunto, mulher.

O HOMEM ABAIXA A CABEÇA E COMEÇA COMER SEM OLHAR PARA MULHER. A MULHER MEXE A COMIDA NO PRATO, MAL CONSEGUE COMER. O HOMEM SE LEVANTA, PEGA UMA CERVEJA NA GELADEIRA E VOLTA À MESA. A MULHER SE LEVANTA DA MESA.

CENA 5 – ESTÁDIO DE FUTEBOL – EXT. – DIA.

AS TORCIDAS CHEGAM DE LADOS OPOSTOS. AS TORCIDAS RIVAIS SE DESAFIAM. ENTRE ELAS, POLICIAIS TENTAM AFASTAR OS MAIS EXALTADOS. O JOVEM E O AMIGO TENTAM FUGIR DO CONFLITO.

CENA 6 – SALA DA CASA –INT. DIA.

O HOMEM ESTÁ DEITADO NO SOFÁ. ASSISTE AO JOGO NA TELEVISÃO. A MULHER ANDA AFLITA. ENTRA E SAI DA SALA.

HOMEM

Para de andá pra lá e pra cá, mulher!

MULHER

(SEGURANDO A MÃO DO PEITO)

Me deixa!

HOMEM

Então sai da frente da televisão!. Vai… vai… cruza… gooooolllll!!!

O HOMEM SE LEVANTA DO SOFÁ E ABRAÇA A MULHER, QUE SE SOLTA.

MULHER

Não sei que graça tem isso! Dá licença que eu vô rezá pro meu filho voltar inteiro pra casa.

A MULHER SAI.

HOMEM

(PARA MULHER)

Traz uma cerveja que hoje a gente vai enchê a sacola desse time de gol!

O HOMEM, SENTANDO NO SOFÁ, CONTINUA A SUA TORCIDA.

CENA 7 – RUA – PONTO DE ÔNIBUS – EXT. NOITE.

O JOVEM E UM AMIGO ESPERAM O ÔNIBUS.

JOVEM

Ganhamos mais uma do freguês!

AMIGO

É, tá perdendo a graça!

OS DOIS VEEM UM GRUPO DE TORCEDORES DO TIME ADVERSÁRIOS VINDO AO ENCONTRO DELES.

AMIGO

Tira a camisa! Esconde!

JOVEM

Que nada! Tenho o direito de comemorar, meu time ganhô!

O AMIGO TIRA A CAMISA, COLOCA DENTRO DA MOCHILA QUE CARREGA, PEGA OUTRA DENTRO E SE TROCA.

AMIGO

Tira logo essa camisa!

JOVEM

Vô tirá nada!

O GRUPO COM SEIS TORCEDORES, COM CAMISAS ENROLADAS ENCUBRINDO OS ROSTOS, CHEGAM E COMEÇAM A AGREDIR OS DOIS, SEM MOTIVOS. UM ÔNIBUS SE APROXIMA DO PONTO. OS MASCARADOS FOGEM. O JOVEM E O AMIGO ESTÃO IMÓVEIS NO CHÃO.

CENA 8 – QUARTO DO CASAL/CASA – NOITE – INT.

NA CAMA, O HOMEM, DORME E RONCA. A MULHER, SENTADA, REZA, SEGURANDO A MÃE NO PEITO, AFLITA.

MULHER

(SACUDINDO O HOMEM)

Homem! Homem! Acorda! Já é madrugada e o menino ainda não chegou!

O HOMEM SE VIRA NA CAMA E NEM RESPONDE A MULHER.

MULHER

Ai, meu Deus, que não tenha acontecido nada com o meu menino!

TOCA O TELEFONE.

CENA 9 – HOSPITAL – INT. MADRUGADA.

O HOMEM ANDA DESESPERADO, DE UM LADO PARA O OUTRO NO CORREDOR. A MULHER, COM A MÃO SEGURANDO O PEITO. REZE BAIXINHO SENTADA EM UM BANCO EM FRENTE A UTI. UM MÉDICO SAI DA SALA.

HOMEM

Dotô! Dotô! E meu menino?

MULHER

(SE JUNTANDO AO MARIDO)

Tá tudo bem com ele, não tá, Dotô?

MÉDICO

Bem… Ele chegou aqui em um estado muito grave. Tinha muitos traumas pelo corpo e uma lesão muito séria no cérebro e… Infelizmente, ele não resistiu! Lamento muito!

HOMEM

(SEGURANDO O MÉDICO PELO COLARINHO)

Diz que é mentira, Dotô! Diz que é mentira!

O MÉDICO SE DESVENCILHA DO HOMEM E ENTRA NOVAMENTE NA SALA DA UTI. A MULHER, VOLTA AO BALCÃO E CHORA UM CHORO CONTIDO, ENQUANTO O HOMEM GRITA PELOS CORREDORES.

HOMEM

Meu menino! Por quê? Por quê?

CENA 10 – SALA DA CASA – INT. DIA.

A MULHER, VESTIDA DE NEGRO, SENTADA DÓ NO SOFÁ, ASSISTE A TELEVISÃO.

MULHER

(IMAGEM DA TELEVISÃO)

“Eu só queria saber, se as mães daqueles meninos que mataram o meu filho, se elas gostam de futebol? Eu, nunca gostei! Sempre tive medo que alguma coisa de ruim acontecesse com o meu menino. Sempre acontece… Eu não queria que ele fosse, não queria. Agora, o futebol vai continuá, mas meu filho se foi… pra sempre! Eu não sei, mas se todas as mães forem como eu, tenho certeza que essas mães não gostam de futebol, não gostam!”

O HOMEM ENTRA NA SALA. DESLIGA A TELEVISÃO. CAMINHA ATÉ A MULHER, SE AJOELHA E DEITA A CABEÇA SOBRE O COLO DA MULHER, QUE LHE AFAGA OS CABELOS. UMA LÁGRIMA ESCORRE PELO ROSTO DA MULHER.

– FIM –

 

 

 

 

 

 

 


A violência que nos assola

maio 18, 2018

Faz tempo que já não sabemos mais se voltaremos para casa quando saímos para algum lugar, o medo tem feito companhia à grande parte da população que, acuada, mais e mais tem se trancado na própria casa, pensando assim se esconder da violência que nos assola diariamente, ledo engano. Nos dias atuais não há lugar seguro, a qualquer momento, em qualquer lugar, a violência pode nos encontrar, através de uma mão armada, ou até mesmo de uma bala perdida.

Estamos a mercê da sorte, agarrados a todos os santos e caminhando o caminho da fé, pedindo proteção para que nos guardem de qualquer mal, pois, somente assim é possível transitar pelas ruas das grandes cidades com um pouco mais de calma. É preciso uma vigilância constante e um cuidado redobrado para não ser pego desprevenido, mas nem sempre isso resolve, somos alvo fácil de uma criminalidade que só cresce e vem se alastrando pelo país afora.

A sensação de impunidade, a impressão de uma benevolência com os direitos humanos dos criminosos, nos dá uma quase certeza que a qualquer momento a violência pode nos pegar, ou a nossa família, ou ao nosso vizinho, ou ao nosso amigo, pois nos dias de hoje, todo dia ela pega alguém, nem mesmo o policial militar, que é que tem a incumbência de combater o crime, tem se salvado diante de tamanha violência. Não sabemos mais o que é viver em um lugar seguro.

O pior de tudo isso é que estamos caminhando para uma situação caótica, uma “terra de ninguém”, aonde não se respeita a lei e todo mundo quer ser o juízo e o executor da própria justiça. Com isso, o medo da violência só aumenta. Agora, além de nos preocuparmos com os criminosos, precisamos evitar discussões e confusões, sejam sobre futebol, política, religião ou de trânsito, pois podemos ser surpreendidos por golpe da violência vindo de onde menos  esperávamos.

É preciso encontrar, de algum jeito, os caminhos para combater essa violência que nos assola. E não é só a violência do criminoso, é também essa atmosfera violenta que nos ronda. Mas, como? Se até mesmo os políticos que dizem ter o remédio perfeito para acabar com ela, incitam o ódio da população para que cada vez mais, uns se desentendam com os outros? Que violência que eles querem acabar? Os tempos já são difíceis demais, a violência nos espreita noite e dia e parece que nos querem ver mais violentos. Por quê? Pra quê?

Já não nos basta ter que conviver com a criminalidade que nos assalta e por vezes nos leva à vida? Não precisamos nos alimentar de ódio para alimentar ainda mais a violência. Quanto tempo mais teremos que conviver com o medo de não saber se voltaremos para casa, se nossos filhos voltarão para casa, se o nosso amor voltará para casa? Não alimente ainda mais a violência que nos assola, pois, hoje em dia, ninguém está seguro.