Escrever não é um processo assim tão simples como alguns acreditam ser, escrever demanda um esforço de criação, enorme, é como diz aquela velha máxima: “um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração” mas, se não bastasse todo esse esforço natural da escrita, hoje em dia um autor tem novos desafios para enfrentar, a polarização política e o politicamente correto.
Sofrendo uma patrulha de vários segmentos sociais, os autores sofrem uma pressão a mais na hora de contar suas histórias, pois precisam redobrar a atenção e apurar ao máximo a criatividade para poder driblar certas situações dramáticas de suas histórias e não causar a ira de quem está preocupado apenas em polemizar sobre qualquer assunto, ainda que a vida seja cheia dessas polêmicas que precisam ser discutidas.
Falar sobre certos assuntos em suas histórias já não é tão simples assim para os autores, há sempre um olhar político sobre as intenções do autor com a sua história e os efeitos “colaterais” que ela possa trazer ao debate social, a escrita virou assunto mais político do que literário, sempre tem alguém constando um autor, pois falar sobre certos assuntos parecem ser proibidos para alguns segmentos da sociedade.
Mas escrever é arte e, embora a arte seja um ato político, o autor não pode contar suas histórias sob o viés de um olhar político partidário, uma história precisa ser contada através de todas as suas nuances e com a independência de quem quer colocar na mesa, os problemas, os preconceitos, as mazelas e as contradições de cada ser humano, um autor não pode emprestar a sua arte para defender bandeiras políticas.
Por isso, nos dias de hoje, os desafios de um autor são muito maiores do que possa parecer, para escrever e contar suas histórias, um autor tem que ter, acima de tudo, coragem para tocar nas feridas sociais, enfrentar o politicamente correto, mostrar o lado podre de quem se acha do bem, falar de quem defende bandeiras quando estas lhes interessam e, acima de tudo, ser o espelho da sociedade.
Um autor não tem partido político, não é de esquerda, nem de direita, não defende bandeiras, um autor é apenas e tão somente, um contador de histórias, que busca através de sua literatura, desnudar a alma do ser humano, retirar as máscaras da hipocrisia e cutucar as feridas de uma sociedade doente e, muito embora alguns se sintam intimidados por segmentos sociais, um autor precisa seguir firme e independente cumprindo seu papel de contar histórias.