Enchi-me de tudo
Que acreditava bastar-me
Não achando bastante
Continuei a encher-me
Pensando saciar a alma
Que, sem calma,
Impaciente
Esgotava-se com tudo.
Cheio de tudo
Tudo começou a sufocar
Faltou-me o ar
O corpo se pôs em cansaço
Atrapalhou meus passos
Isolou-me do Mundo
Sem tirar-me do mesmo lugar
A alma engasgada de tudo
Não reagiu ao corpo cansado
Tingiu os cabelos de branco
Enrugou a pele do rosto
E o tudo que agora é nada
Nunca foi, de fato, o bastante
Para quem queria tudo
Mas não precisava de nada.
Viver não é um coisa?