TUDO E NADA


Enchi-me de tudo

Que acreditava bastar-me

Não achando bastante

Continuei a encher-me

Pensando saciar a alma

Que, sem calma,

Impaciente

Esgotava-se com tudo.

Cheio de tudo

Tudo começou a sufocar

Faltou-me o ar

O corpo se pôs em cansaço

Atrapalhou meus passos

Isolou-me do Mundo

Sem tirar-me do mesmo lugar

A alma engasgada de tudo

Não reagiu ao corpo cansado

Tingiu os cabelos de branco

Enrugou a pele do rosto

E o tudo que agora é nada

Nunca foi, de fato, o bastante

Para quem queria tudo

Mas não precisava de nada.

1 Responses to TUDO E NADA

  1. mariel disse:

    Viver não é um coisa?

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